Notas Iniciais:
Esta foi minha primeira fanfic de Yu Yu Hakusho. Mesmo em matéria de leitura eu tenho pouco no meu currículo, então já peço desculpas a todos...
Disclaimer: Yu Yu Hakusho não pertence a mim, não ganho nenhum dinheiro com esta obra.


Para Spooky:

Olho Azul Apresenta:

O Dilema de
Shuuichi Minamino

História escrita para o Coculto, um amigo oculto de fanfics promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal. Baseada exclusivamente no anime.


Botan ajeitou o rabo de cavalo que prendia seus cabelos longos de acordo com as regras daquela escola, de que se tornara aluna fazia apenas alguns dias, e sorriu para o rapaz à sua frente. Na verdade, ele estava sentado logo atrás de sua carteira, mas Botan virara o corpo e começara a puxar algum assunto. Já havia tentado fazê-lo algumas vezes, mas desta vez ela tinha sim um interesse em comum com ele.

- Como acha que vai ser esse professor novo? – perguntou após comentar que o dia estava quente.

Kairi Yuzuki, que acabara de dizer que não achava que estava realmente quente, apenas normal, fez uma careta discreta.

- Vamos ver - respondeu de maneira ambígua, voltando a ajeitar seu material sobre a carteira.

- Eu vi, eu vi ele, Botan! – Uma menina de quem ela nunca gravava o nome interrompeu, literalmente pulando até onde os dois conversavam.

- Ele é bonitão - completou a amiga da menina. Esta Botan nem sequer sabia como se chamava.

Fingindo voltar a falar com Kairi, Botan puxou seu pequeno bloco de anotações e consultou novamente os nomes das pessoas de sua classe.

- Teve dever de casa? – o rapaz perguntou para sua surpresa e já esticando o pescoço para o bloco.

- Ah. – Botan o escondeu. – Tava vendo isso mesmo. – Riu de nervoso. – Tem não. Nadinha – mentiu. Não fazia ideia e não se importava.

Nesse mesmo momento, sentiu um peso atrás de sua cabeça.

- Ajeite-se em seu lugar para a aula, senhorita... – houve um longo "mmm" na voz masculina de seu ofensor – Miyuki? Botan Miyuki.

Botan olhou por fim a pessoa que levantava os olhos da pauta e lhe sorria amigavelmente. Um homem de camisa social e calça preta, cabelos longos róseos, olhos redondos, verdes e brilhantes. A garota deixou o queixo cair por um longo momento até o professor começar a chamada. Assim que ouviu seu nome, não o sobrenome inventado, mas seu nome verdadeiro seguido por novo sorriso, ela se levantou e saiu sem dar qualquer explicação.


O garoto balançou a chupeta com os lábios algumas vezes após o que pareceu ser um tornado invadindo seu escritório.

- Por que não está na aula? – perguntou, voltando a carimbar a pilha de folhas sobre sua mesa.

- Ponha outro no meu lugar. Aquele Kurama está dando aulas lá. Consegue acreditar nessa coincidência? – Após vários gestos exagerados, Botan cruzou os braços.

- Sua missão é bem simples, Botan. E foi você quem nos deu problemas, né?

Ela o olhou boquiaberta. Era a segunda vez naquela manhã. Mas teve que assentir com alguma vergonha.


Era seu primeiro dia de aula e o professor responsável pela sala, um tal de Fujimoto, a chamou no corredor após passar o tempo todo observando-a.

- Eu fiz umas ligações no intervalo e não havia nenhuma aluna com seu nome nesta escola, senhorita Miyuki.

Graças a uma terrível coincidência, uma prima distante do professor era da tal cidadezinha que o mundo espiritual pusera como sua origem nos documentos e o homem não parara de fazer perguntas aleatórias sobre o lugar durante a aula.

- Então, o que uma jovenzinha ganha mudando-se para o segundo ano para estar falsificando documentos? – Ele ajeitou os óculos.

Botan ainda tentou argumentar que não ficara muito tempo na cidade antiga antes de se transferir, mas nada que dissesse parecia deter por completo as suspeitas. Em um ato desesperado, ela saiu correndo pela escola, mas ainda foi seguida pelo homem até uma sacada. Ela a destrancou com seus poderes espirituais e saiu voando para bem alto sentada em sua pá. O professor caiu do segundo andar e agora estava no hospital com vários ossos quebrados.


- Não importa como encare isso, a culpa é toda sua, Botan. Deveria estar grata por Kurama haver aceitado meu pedido. Isto fez o diretor do seu colégio esquecer o incidente.

A jovem aquiesceu, sem ter como contra-argumentar mais. Apenas ocorria que Kurama era a última pessoa com quem ela queria se encontrar no momento e agora ele teria que ser seu professor enquanto durasse sua missão.

Antes de sair, ainda ouviu mais reclamações de Koenma:

- Termine logo seu relatório, ouviu? Eu tenho muito trabalho, precisamos logo dos resultados. – Koenma ainda acrescentou um resmungo com sua voz esganiçada e atrapalhada pela chupeta. – Menina ingrata!


Foi por mais alguns dias que Botan teve que suportar Kurama como seu professor. Sua missão estava completa enfim e naquele dia mesmo entregaria o relatório a Koenma conforme solicitado.

Como se fosse retornar, Botan despediu-se de todos, inclusive do objeto de sua pesquisa, Kairi. Claro, evitou Kurama até o fim. Não achava que houvesse qualquer problema em revelar-lhe seus objetivos naquela escola, mas não queria nada com o youkai que decidira viver entre os humanos.

Olhou novamente para o bloco de anotações com todas as informações obtidas em sua pesquisa sobre Kairi Yuzuki e mais umas longas linhas com sua aprovação para que o rapaz fosse convidado a se tornar detetive sobrenatural. Estava satisfeita. Não fora uma missão simples demais como pensara ao ouvi-la; por isso, deixara-lhe com aquela gostosa sensação de dever cumprido. Restava apenas virar a esquina e sumir do mundo dos humanos.

- Ora se não é a Botan! – uma voz familiar a cumprimentou assim que ela passou pelo largo portão principal do colégio.

Ela ergueu a cabeça do caderno para ver um homem bem alto com cara de aluno problemático.

- Kuwabara! – exclamou. E olhou para trás. – Como soube que eu estava aqui?

- Não sabia. Eu só vim ver o... – sua voz sumiu. – Um amigo! Ele dá aula neste colégio. Hoje tinha um almoço com um cliente da empresa aqui perto, aí vim dar um alô.

- Kurama. Eu já sei que ele tá aqui.

- Oh. Então veio visitá-lo, é? – Kuwabara sorriu, sem esconder o sentido implícito naquelas palavras.

- Ei, nós somos amigos, tá? Não é nada disso! Por que as pessoas cismam com essas coisas?

Mas a menina já caíra na gargalhada. Sabendo que não teria mais que lidar com Kurama, era fácil se divertir com o assunto.

- Meu coração é todo da Yukina - continuou o outro, suspirando apenas com a lembrança da jovem que ainda morava no templo deixado pela falecida Genkai.

- Só falta você conhecer a família dela, né?

- Hã? – Ele a olhou confuso, mas logo pareceu lembrar-se de algo. – Ah, é mesmo. Mas a Yukina ainda não achou o irmão, então é difícil. Eu só não gosto muito de ter um cunhado demônio. – Fez uma careta. – Preferia não ter mais nada com o mundo de lá.

A moça tentou se segurar, mas só aquela frase havia acabado com seu humor.

- Como assim esquecer?! Pensei que todos tivéssemos passado ótimos momentos juntos e que éramos amigos! – Mesmo sabendo que o outro não havia falado por mal, que estava direcionando sua raiva ao alvo errado, Botan não conseguia deixar mais sufocar seus gritos. – É melhor você nunca mais ver a Yukina, né? Você não ia querer ter nada a ver com gente de lá. – E virou-se para sair antes que dissesse mais.

Ao menos, era o último dia em que veria Kurama e aquela escola. Só restava se reportar para Koenma e pegar sua próxima missão.


Continuará...

Anita


Notas da Autora:

Esta é minha primeira fanfic de Yuu Yuu Hakushou e, apesar de haver pesquisado muuuuuuito, sei que deve estar cheinha de erros. Foi realmente um desafio escrever isto para a Spooky, mas também foi bem... refrescante explorar uma série de que tanto gosto, rs. Adoro o Kurama e a Botan também, por isso vou ficar aqui torcendo para que vocês se interessem pelo que fiz.

Não deixem de comentar, por favor! oTZ

Para mais fics minhas, visitem meu site com a url no meu perfil e se quiserem saber mais desse desafio de fics, vão na comunidade com url também no meu perfil. Até o próximo capítulo!