Parte 6: Epílogos


Epílogo 1

"Está certo disso, doutor?"

"Com certeza, Race. Tive tempo suficiente pra pensar no assunto e creio ser a solução mais viável para a máquina do tempo."

Petrônius estava com o aparelho de viagem do tempo em mãos e a um comando do doutor Quest, tratou de levá-lo...para o cofre especial de invenções.

"Pronto, doutor Quest. Está no devido lugar."

"Obrigado, Petrônius. Pelo menos aqui poderemos garantir a segurança dele."

"Estou surpreso que queira guardar a máquina do tempo em lugar de destruí-la."

"Entendo você, Race, mas apesar de ter sido criada inicialmente pra maus propósitos, como Petrônius citou antes, não há tecnologia boa ou má. Apenas pessoas que as usam pra tais intuitos, e seria uma pena desperdiçar um fruto tão avançado da eletrônica. Acho que poderá nos ajudar para futuras situações, como um programa de realidade virtual que ando desenvolvendo."

"'Nos ajudar no futuro'. Belo trocadilho, doutor. Ha, ha, ha." Petrônius riu com vontade enquanto seus amigos fechavam a porta do cofre, lacrando com cuidado a preciosa engenhoca.

Na sala de recreação, Jonny, Hadji, Jessie e Bandit viam uma bom filme de terror e como sempre, o cãozinho procurava se esconder do filme, sendo que seus amigos achavam graça nisso.

"Como você é, Bandit. Não teme medo de viajar pelo tempo, mas basta um bicho desses aparecer na TV..."

"Que é isso, Jonny. Não seja malvado com o coitado." Ela se voltou pra Bandit e o pegou no colo. "Não ligue pra esses dois, Bandit. Você é um herói e não tem que ver um filme bobo desses pra provar." O cachorrinho deu uma lambida animada na ruiva. Nesse minuto, uma reportagem foi exibida na TV.

"Interrompemos o filme pra uma reportagem especial. Aqui na base do monte Everest, um grupo de alpinistas encontrou um corpo preservado no gelo e segundo o que se estima, há pelo menos 11 anos que ele está contido. O mais curioso é que pela identificação por documentos encontrados nele, se trata do cientista alemão Ludvig Von Kruger, visto pela última vez numa convenção de física em Genebra há poucas semanas. O que nos perguntamos é: como pode ele ter aparecido num dos lugares mais gelados do mundo e aparentando ter estado preso no gelo por uma década? Alguém teria uma explicação pra isso?"

"Alguém até tem, mas talvez seja bom ser apenas mais um mistério do qual é melhor para todos não saber a resposta." Afirmou Hadji, com os amigos ao seu lado, observando atentamente a imagem do cientista congelado exibida na televisão.


Epílogo 2

Alguns dias atrás em Okinawa, Japão.

"Estou dizendo que essas férias estão muito legais. Muito sol, praia, lojas legais para comprar..."

"Desde que não gaste todo o dinheiro, Erika. Não queremos cortar nossas férias pela metade."

"Relaxa, Kaori. Só peguei o essencial." Comentou contente a amiga.

"Só espero que não tenha me trazido junto pra ter que ser sua carregadora."

"Ah. Para, Aki, Devia se valorizar mais, amiga. Sabe que, embora esteja meio acima do peso, sempre te achei bem...gostosinha?" Erika piscou para Aki, que ficou um tanto ruborizada.

"Que é isso? Tá me passando um xaveco?"

"E por que não? Qualquer um que não visse como você é linda, deveria fazer exame de vista."

Aki mal acreditava no que escutava. Erika era conhecida como uma tremenda paqueradora e extremamente cobiçada pelos rapazes, ao passo que Aki nunca teve muita auto-estima devido ao seu, como ela define, peso excessivo. Ela ficou contente de Kaori ter vindo junto, uma vez que ela sabia como lidar com a colega.

Chegando a casa de férias que fora emprestada pelo tio de Tadashi, o namorado de Kaori, as três só queriam relaxar naquela noite antes de outro dia de férias ensolaradas. Abrindo a porta, um cheiro seco de lavanda saiu da residência deixando Kaori um pouco tonta, uma vez que tinha o nariz um tanto sensível.

"Kaori? Você está bem?" Erika a amparou.

"Hão. Estou, sim. Só o cheiro que me enjoou um pouco, mas logo vai passar."

Depois de abrir as janelas pra ventilar o ambiente, Kaori começou a sentir-se melhor. Ela e Aki sentaram-se no sofá pra conversar e Erika pegou algumas das maquiagens que comprou e se pintou, deixando seu semblante mais atraente. Logo se juntou as colegas no sofá e vendo que estava um tanto tarde, propôs irem pra cama.

"Sei que foi um dia e tanto, mas ainda não estou com tanto sono assim."

"Eu não estava pensando em dormir, queridas." Kaori e Aki podiam ver quais as reais intenções dela quando elas deslizou as mãos em suas pernas.

"O-olha, Erika. Não sei se devia. Estou noiva de Tadahi e..." Disse Kaori.

"E nunca me vi atraída por garotas." Aki quis se afastar, mas Erika lhe segurou a mão.

"Ora essa. Estamos de férias. Por que não nos divertimos um pouco assim? Não será como que se tivéssemos que nos comprometer ou coisa assim. E não vai trair Tadashi porque não será com um garoto. Não acha?"

Vendo que não tinha como contra-argumentar, as duas pensaram na proposta, mas antes de darem uma resposta, foi que escutaram algo se mexer por trás de uma estante.

"O que foi? Será que tem alguém na casa?" Kaori se esgueirou bem devagar com um abajur em mãos e ao olhar a fonte do barulho, viu ser só um gato.

"Ah, olha aqui." Kaori segurou o gatinho no colo. "Deve ter entrado pra pegar um rato ou pássaro e ficou trancado. Vem aqui, bichano." E levando o felino pra cozinha, deu-lhe um pouco de leite e um peixe pra comer. Aki e Erika acariciavam o gato com gosto.

"Pode comer à vontade, querido. Enquanto fica aí, minhas amigas e eu teremos uma...reuniãozinha no quarto." Erika pegou as amigas com carinho e as puxou escada acima, conduzindo-as até o quarto. A timidez que as duas tiveram de início tinha cessado e sorriam mutuamente, a medida que a luz do quarto apagava e a porta aos poucos fechava.


Epílogo 3

Num ponto do fundo do oceano, onde um antigo navio dos anos 40 repousava em paz, duas mulheres entraram por uma abertura aparentemente escavada de dentro pra fora. Uma vez no interior, foram vasculhando por toda parte não achando nada além de muita ferrugem. Conseguindo chegar até um local onde a água não alcançava, viram ser um depósito cheio de caixas de metal vazias, exceto por uma ainda lacrada.

Uma das mulheres puxou um aparelho e escaneou a caixa, vendo pelos sinais que eram o que buscavam.

"Então é isto aqui, Melana?"

"Certamente, Anaya. Trouxe o lacre a prova d`água?" E pegando um tipo de saco plástico na mochila, a garota passou-a para a companheira e ambas lacraram a caixa pra que não se molhasse. Uma vez cumprido seu objetivo, deixaram o navio afundado e voltaram pra superfície, onde um luxuoso barco as esperava.

"Ah, minhas filhas. Vejo que tiveram sucesso na busca." Falou o homem na cabine principal do barco.

"Foi sim, pai. Está bem aqui." Exibiram a caixa embrulhada no plástico. "Foi a única que conseguimos. O resto era tudo ferrugem pura."

"Excelente. Coloquem na câmara." Melana e Anaya colocaram a caixa na sala completamente isolada e uma vez que saíram, a fecharam e segundo após, a caixa se rompeu e um tipo de drone de patas articuladas saiu com tudo, tentando quebrar os vidros.

"Que bichinho ouriçado. Vejamos se sossega um pouquinho." E um gás azulado tomou a sala, parecendo deixar o autômato mais devagar. Não demorou muito até a máquina parar de se mexer.

"Parece que deu certo. Melana, faça a análise." "Imediatamente, papai." A jovem mexeu em uma série de botões, analisando e estudando cada aspecto da máquina.

"Está feito. A bactéria contida no interior do drone foi modificada num líquido inofensivo, que não virará ferrugem em contato com o ar."

"Muito bem feito, querida. Preciso dizer que o finado dr. Kruger era um gênio da física e eletrônica, mas deixou bastante a desejar quanto a química."

"Realmente. De que serve ter criado uma bactéria auto-contaminadora se ela se converte num tipo de super-enferrujador quando exposta ao ar, forte o bastante pra desintegrar até o contaminador?" Anaya indagou com olhar de desdem.

"Mesmo assim, creio eu que este pequeno brinquedo ainda poderá ter um ótimo propósito em meus planos vindouros. E não tardará o dia em que o mundo irá temer, respeitar e reverenciar o nome do brilhante e famigerado..."

"DOUTOR NAPOLEON ZIN. HA, HA, HA, HA, HA, HA, HA."

Fim


Nunca gostei do fim que Aki e Erika tiveram no OVA de Gyo(lembrando que Kaori teve um fim diferente no mangá) e ainda que elas só tenham sido criadas pro anime, quis dar uma perspectiva de como se daria com elas, caso a ameaça dos peixes ambulantes nunca tivesse ocorrido e o lance delas e Kaori irem juntas pra cama foi só pra dar uma esquentada.

Não pensaram que uma história de Jonny Quest seria completa sem ao menos uma citação ao doutor Zin, não é?

O corpo de Ludvig Kruger achado no gelo foi só pra dar uma atiçada à situação, do mesmo jeito que fiz quando o dr. Quest falou sobre o programa de realidade virtual que planejava realizar e o qual se daria em 'As Reais Aventuras de Jonny Quest.'