Parte 10: A Paz no Universo


Sede das Nações Unidas, filial do Japão.

"...e gostaria de receber estes grandes heróis, como tantos outros, cuja aliança entre a Terra, Jurai e Gamalon resultaram no fim dos gombas e a volta da paz no universo. Lamentamos também a perda do planeta Jurai e por meio disso, os governos terráqueos irão oferecer asilo e abrigo a todos os juraianos sobreviventes que desejarem viver aqui. Agora com a palavra, Tenchi Masaki." Uma salva de palmas tomou o lugar de alvoroço quando Tenchi, vestido à moda Jurai, subiu ao palanque.

"Muito obrigado, senhor representante. Meus amigos. Foram 3 difíceis e sofríveis anos de combate e luta. Muitas cicatrizes ficaram visíveis nesse confronto, tanto em nosso mundo quanto naqueles devastados pelos gombas. Diversos amigos e companheiros deram suas vidas apenas para o amanhecer das novas gerações, como meu grande amigo Kazuhito Amagasaki, o primeiro a tombar pra destruir a arma Buraco Negro e meu avô, Katsuhiro Masaki, que faleceu pra aniquilar a base Gomba, juntamente com Titanic, a qual foi mais que uma embarcação; foi uma grande aliada e uma parte da história da Terra. Que sua memória e de todos os heróis que faleceram viva para sempre." Mais uma salva de palmas soou por todo o salão, enquanto Tenchi deixava o palanque e era substituído por sua esposa Ayeka.

"Agradeço por sua atenção. Muito se perdeu e tanto que talvez jamais se recupere totalmente. Será um grande desafio reconstruirmos tudo que foi perdido, mas iremos conseguir, pois onde há vontade, há jeito e unidos, nós, terráqueos, gamalons e juraianos, traremos um novo tempo de justiça, paz e liberdade para nossas galáxias."

Mais aplausos bem mais intensos tomaram o ambiente. Tenchi, Ryoko, Windshar, Deslan e todos os amigos se juntaram no palanque para receber as homenagens.


"Você está decidida mesmo, Ayeka?" "Sim, Tenchi. Pensei bastante e seguirei o que meu coração quer." Ela se voltou para o general Deslan. "General. Sou-lhe grata por querer assumir o comando e o governo do império Jurai, agora que o planeta em si se foi. Sem meu pai, terminou-se a linhagem da família. Falei com Sasami e ela concorda de vivermos aqui na Terra. Como disse a Ryoko, eu vivia numa prisão de gaiola dourada e agora que casei com ela e Tenchi, sinto-me pela primeira vez...livre."

Deslan lhe estendeu a mão em amizade. "Princesa, digo, Ayeka. Lhe prometo que o governo de Jurai estará em boas mãos, ou melhor, Jurai-Gamalon, como será conhecido de hoje em diante. A justiça e a liberdade estarão garantidas em toda parte, sendo que os policiais galácticos sobreviventes farão parte da nova ordem de segurança do espaço, e o mesmo se dará com todos os criminosos perdoados que ajudaram no combate, desde que resolvam ficar na linha, é claro. Todos os juraianos que sobreviveram e que não forem ficar na Terra serão bem recebidos por nós, gamalons. Então adeus, meus amigos. Felicidades a todos e Windhshar..." "Pois não?" "não esqueça de me chamar pra ser o padrinho de seu casamento. Sabe como me contatar, amigo. Até então." E num feixe de energia, Deslan e seus comandados desapareceram.

Deixados a sós, a turma viu que era hora de resolver o que fazer.

"Bem. Acho que podemos voltar para a paz e tranquilidade de Okayama, não acham?" "Bem dito, Washu. Quero voltar e fazer um almoço bem gostoso para todos." Comentou Sasami, com Yugi lhe segurando a mão. Logo se virou para Nagi, com seu jeito de durona normal, porém um pouco mais brando. "Nagi. O que fará agora?" Ela não ia responder, mas não queria deixar a menina sem uma resposta.

"Bom. Agora que não há mais criminosos no espaço e o governo dos gamalon com certeza vai se assegurar disso, temo que não há mais lugar para um caçadora de recompensas. Sendo esse o caso, será que vocês...bem...deixariam..." Tenchi lhe pôs a mão no ombro. "Nagi. Claro que é bem-vinda a ficar com a gente. Você é da família, também." "Eu não vejo objeção, desde que não tente nada com meu marido...ou minha esposa." Comentou Ryoko em tom de humor. "Relaxe, Ryoko. Com Tenchi tudo de boa, mas com Ayeka...não posso prometer nada." Vários olhares abismados se voltara pra ela. "Ei, ei. Brincadeirinha, gente. É brincadeirinha. He, he, he."

Sadako e Sakuya nem esperaram que perguntasse-lhes. "Nós já resolvemos que vamos procurar um apartamento. Porém a gente vai visitar vocês sempre. Não é, Sakuya?" A morena foi pra perto da lutadora e beijou-a carinhosamente. Yugi veio pra perto delas e tocou Sakuya, emanando um brilho pra ela. Quando cessou, Yugi sorriu.

"Você está livre agora, Sakuya. Já não é mais uma parte vital de mim. Ainda tem seus poderes, mas agora pode usá-los como desejar." Sakuya tinha lágrimas nos olhos e um sorriso nos lábios. Na hora ela se abaixou a abraçou-a. "Obrigada...irmãzinha." "De nada, irmãzona. E Sadako...cuide dela, tá bom?" Sadako concordou, tomando a mão da namorada.

"Então, para casa, meninas." "Para casa, nosso marido." Ayeka e Ryoko deram os braços para Tenchi e embarcaram em Ryu-Ohki que partiu com Ken-Ohki na sua traseira. Windsahr e Yukiko acenaram em despedida.


Retornando para casa, Tenchi e suas amigas notaram aliviadas que o lugar não sofreu praticamente nada. Entrando na casa, viram que Nobuyuki estava no sofá. "Pai?"

Olhando pro lado, Nobuyuki viu que era seu filho e as meninas. Correu pra recebê-los. "Tenchi. Garotas. Que felicidade. Voltaram bem." "Estamos bem, pai. Conseguimos salvar o universo e retornamos, quero dizer, quase todos." Tenchi demonstrou uma faceta triste. Nobuyuki reparou no grupo. "Oi, pessoal. Ei, cadê o..." Mas bastou o silêncio pra saber a resposta. Tenchi se voltou para o pai. "Ele deu a vida pra nos salvar, mas nas suas últimas palavras, disse que te amava como a um verdadeiro filho." Nobuyuki entristeceu, mas ao mesmo tempo ficou feliz por saber que Katsuhiro o amava. Também estava contente por sua família estar viva e bem.

"Já que tudo terminou, hora de comemorar, e quero que conheçam alguém. Querida. Pode vir aqui um instante?" E da cozinha veio uma mulher de pele verde-azulada caracterizada como a dos gamalons. Ela vestia um vestido vermelho com um avental. Se aproximou de Nobuyuki alegremente. "Gente. Conheçam Neera, minha noiva. Ela era uma piloto gamalon até que sua nave foi atingida num ataque e veio a pousar aqui." "Foi numa emboscada que eu e minha esquadrilha caímos de jeito. Só eu escapei porque Nobuyuki me viu e me tirou do caça em chamas. Fiquei aos cuidados dele por vários dias, sem poder me comunicar com o comando e durante esse tempo, bem...aconteceram umas coisas." O rosto de Neera foi tomado por um rubor quando ela olhava pra Nobuyuki. Para Tenchi e as garotas, era obvio o que se dera.

"Com o fim da guerra, ela pediu pra ficar aqui. Espero que gostem dela tanto quanto eu. Saiba, filho, que não é porque eu me apaixonei por outra mulher de que eu..." "Não diga nada, papai. Estou feliz que achou uma nova companheira. Seja bem-vinda, Neera." A mulher gamalon abraçou seu novo enteado e ganhou mais abraços das outras.

"Vamos, Tenchi." Ryoko lhe segurou a mão. "Estamos atrasados pra lua-de-mel." "Ei, não vão me deixando aqui pra trás." "Então vem logo, Ayeka, pois o marido é tão seu quanto meu." "E você é também minha, assim como sou sua." E Ayeka foi pra perto dos dois, dando um beijo em cada e indo com ambos para o quarto. Nobuyuki pareceu confuso. "Dá licença, mas é o que penso que é?" "Sim, é mesmo. Longa história. Contaremos no jantar. Vou pra cozinha." Disse Sasami, acompanhada de Neera; Nagi se esticou no sofá; Yugi foi brincar com os dois coelhos espaciais; Washu foi para seu laboratório até o momento fechado e Sadako e Sakuya pro quintal. Tudo voltara ao normal.


Dias depois, a rotina estava de novo presente aquela família peculiar mas feliz. Nesse dia em especial, cada um se ocupava de algo quando Ryu-Ohki entrou todo alegre, com duas mulheres bem familiares atrás dele que levavam duas meninas gêmeas. Não teve quem não as reconhecessem, começando com Sasami.

"KIYONE. MIHOSHI. VOCÊS VOLTARAM."

Fim.


Já estava com isso de dar pra Nobuyuki uma noiva de gamalon, porém como o tirei da história, sendo que não ia saber como encaixá-lo na batalha, precisei ponderar como ele a conheceria. Agora sabem.