Parte 1: Tragédia


Parecia uma manhã normal na residência Masaki.

Tenchi, após voltar da escola e treinar com seu avô, cuidava de sua horta.

Ryoko relaxava tranquila numa árvore, observando Tenchi; Ayeka cuidava das unhas; Sasami varria a frente da casa e Washu fazia pesquisa do clima. Tudo bem mais calmo do que o normal.

Subitamente, um barulho surgiu e ficava mais alto. Todos olharam pro céu e notaram algo caindo a toda.

"O que está vindo pra cá?" Perguntou Aeka indo pra direção de Tenchi. Quando deram conta, reconheceram a Yagami. Nunca tinham visto a nave de Kiyone e Mihoshi vir tão depressa. Quando ela parou a pouquíssimos centímetros do chão, a turma se reuniu na porta de entrada e dela, viram Mihoshi com uma cara de apavorada, segurando Kiyone em seus braços manchados de sangue.

"Mihoshi. Você está ferida? O que houve com Kiyone?" Sasami se mostrava aflita.

"Kiyone foi gravemente ferida. Por favor, Washu, ajuda ela." E sem hesitar, Washu abriu uma passagem dimensional pra seu laboratório. "Depressa. Traga ela."

Tenchi se ofereceu pra carregar Kiyone, mas Mihoshi se recusava a deixá-la. Uma vez no laboratório, a policial loira colocou sua parceira numa mesa. Washu começou a análise.

"Vou fazer o diagnóstico agora. Preciso que saiam enquanto trabalho." "Mas não posso deixá-la. Ela é minha amiga e preciso ficar com ela."

"Eu compreendo, Mihoshi, mas com você aqui será difícil conseguir diagnosticar. Esperem lá fora e quando acabar, lhes aviso." "Mas, Washu..." "Por favor, Mihoshi. Confie nela. Kiyone estará segura." Mihoshi não queria saber, mas resolveu dar ouvidos a Tenchi, que lhe segurou a mão calmamente. Mihoshi ainda deu mais um abraço n amiga inconsciente, desejando que ela se recuperasse.


Na cozinha, Tenchi fez um chá pra Mihoshi, que se encontrava muito chocada. Ninguém jamais a tinha visto num estado tão abalado.

"Está melhor agora, Mihoshi? O que houve com você e Kiyone?" Ayeka perguntou preocupada.

"Puxa. As duas devem ter travado uma luta e tanto...ou tomado parte da maior liquidação da galáxia." Ryoko brincou mas também falando à sério.

"Ryoko. Não acho que seja a hora certa pra brincadeiras." Falou Tenchi de modo repreensivo, e em seguida, se virando pra amiga. "Já pode falar, Mihoshi?"

"S-sim, eu posso. Aconteceu o seguinte..."


Flashback

Kiyone e eu patrulhávamos nosso setor e como sempre, tudo tranquilo.

"Kiyone. Que tal, quando voltarmos pra casa, irmos no karaokê esta noite?"

"Vou ver se nosso dinheiro vai dar, Mihoshi. Sabe que temos..." Mas um alarme da nave tocou naquele instante. Verificando o monitor, a imagem de uma antiga nave apareceu na tela. "Parece um velho cargueiro classe 6 e pelo estado, parece abandonado." "É, Mihoshi, mas pelos sensores do Yagami, há sinais de vida. Melhor darmos uma vistoria antes de darmos um alerta."

Fomos pra nave e fizemos uma busca separada. Segui por um lado e Kiyone pelo outro.

Andei por alguns metros e de repente, escutei vozes. Fui mais adiante e de uma sala meio iluminada, avistei alguns homens conversando sobre terem feito um ótimo contrabando e de terem tido a ideia de usarem o cargueiro como esconderijo. Tentei recuar em silêncio, mas acabei chutando algo sem querer e eles ouviram.

Não tive escolha senão abrir fogo contra eles. Tive sorte de pegar todos antes que pudessem revidar. Acho que o tiro que dei pro teto, derrubando tudo neles, foi um milagre. Após fechar a porta da sala por precaução, pois caso um deles tivessem fugido, corri pra procurar Kiyone.

Tentei chamá-la pelo comunicador, mas algo na nave bloqueava a transmissão. Levei um tempo, mas a encontrei e como eu, descobriu quem estava na nave.

"Kiyone? Está bem? Se machucou?"

"Acalme-se, Mihoshi. Encontrei os criminosos reunidos num depósito com uma fortuna em material roubado. Usei uma bomba de fumaça de sono pra pegá-los, embora ache que um fugiu. Quis te avisar, só que as paredes daqui anulam o sinal dos comunicadores."

"Que bom que não te aconteceu nada. Peguei mais alguns do outro lado. Melhor chamarmos a central e..." Foi aí que a loira viu alguém nas sombras, apontando uma arma pra cabeça pra Kiyone e sem avisar, puxou o gatilho.

"CUIDADO, KIYONE." Gritou Mihoshi, puxando a parceira para seu lado, mas foi tarde demais, pois o tiro acertou Kiyone bem nas constas, derrubando-a.

"NÃÃÃÃOOOO." Mihoshi berrou em um misto de desespero e ódio, puxando sua arma e disparando a toda contra o atirador. Um dos tiros acertou uma tubulação ao lado do bandido, da onde uma forte chama jorrou, queimando-o totalmente.

"Kiyone. Kiyone, por favor, me responde. Fala comigo." A loira bronzeada segurava a amiga ferida quase chorando, e ao notar que ela ainda respirava, a levou rapidamente pra Yagami, iniciando o retorno à Terra.

Fim do flashback


"Fiquei tão focada em voltar pra cá que nem sei como consegui."

"No desespero, conseguimos qualquer coisa. Mas tente ficar calma agora." Nobuyuki a abraçou em consolo como se fosse sua filha.

"Isso mesmo." Respondeu Tenchi numa tentativa de parecer positivo. "Kiyone é muito forte e vai sobreviver, e com Washu ajudando, ela vai escapar."

Nessa hora, o portal do laboratório se abriu e a pequena cientista de cabelo vermelho apareceu.

"E aí? Como foi, 'mamãe'?" Ryoko perguntou em tom zombador, como sempre fazia ao falar com sua criadora.

"Washu, me diz. Ela vai ficar boa?" Mihoshi indagou quase chorando. Washu parecia contente.

"A boa notícia é que a tratei bem na hora e ela vai sobreviver."

Aquilo foi um sinal de alívio para todos, especialmente pra Mihoshi, que agarrou Washu em seus braços e a segurou com entusiasmo.

"Obrigada, obrigada, obrigada. Você é maior, Washu." A cientista teve que solicitar ajuda dos outros pra se soltar antes de ser sufocada.

"Estou contente por você, Mihoshi, mas receio ter uma má notícia."

Todos olharam seriamente.

"Temo que tenha tido um dano estendo e que Kiyone esteja..."

Continua...


Será que Kiyone escapa desta? E Mihoshi, vai sobreviver a tudo isso? Descubram no próximo capítulo.